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Branco adotado por família negra, Alex Ferrer, de Balneário Camboriú, chamou a atenção de apresentador em 2003. Empresário de SC relembra entrevista com Jô Soares
A história do jornalista e influenciador de Balneário Camboriú Alex Ferrer, de 46 anos, chamou a atenção de Jô Soares em 2003. Branco, ele foi adotado por uma família de negros quando nasceu e se descobriu gay ainda na infância. Há 19 anos, o apresentador, que morreu na madrugada desta sexta-feira (5), o chamou para uma entrevista em rede nacional.
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Alex lembra que, durante a infância, vivia em situação de pobreza e ia mal na escola. Quando os professores chamavam a atenção dele, os colegas diziam que isso acontecia porque ele era criado por “macacos”.
Hoje dono de uma agência de assessoria de imprensa e relações públicas no Litoral Norte catarinense, Alex relembra a entrevista e conta que estreou a caneca que ganhou do apresentador quase duas décadas após o encontro (veja abaixo).
Entrevista com Jô Soares aconteceu em 2003
Reprodução
“Tenho um presente especial que ele me deu e que estou usando agora para homenageá-lo. Guardo como troféu. Tinha tanto medo de quebrar que nunca usei. Estou usando hoje pela primeira vez”, conta.
Durante a conversa com o humorista, ele trocou a caneca por uma taça. O empresário conta que Jô Soares o serviu champanhe quando descobriu que essa era a bebida favorita dele.
Alex estreou a xícara que ganhou de Jô Soares 19 anos depois do presente
Arquivo Pessoal/ Divulgação
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O convite
O convite para a entrevista com Jô Soares aconteceu quando Alex Ferrer, aos 27 anos, trabalhava como colunista social em Brasília e promovia festas no Distrito Federal, onde nasceu. Na época, a jornalista Danuza Leão escreveu uma crônica sobre a vida dele.
“Jô viu a matéria e me chamou. Até hoje não acredito que fui lá”, admite.
Alex Ferrer foi adotado ainda no hospital, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. Os pais adotivos eram vizinhos da enfermeira que cuidou dele assim que nasceu.
Por ser um menino branco filho de pais negros, Alex viu de perto o preconceito que a família sofria.
“Literalmente, eu não tava na pele, mas eu estava do lado. Vi o quanto a pessoa negra sofre preconceito. Quando a minha mãe estava comigo, todo mundo achava que era minha babá. O problema piorava quando tinha que pegar um ônibus, porque ela tinha que levar minha certidão para não ser confundida”, relata.
Ele relata que conviveu com seis irmãos e percebeu que tinha privilégios em relação a eles. “Meu irmão, por ser negro, já apanhou da polícia. Isso vivendo na mesma casa, na mesma rua, na mesma família”, destaca.
Morte de Jô Soares
O apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu às 2h30 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo.
A causa da morte não foi divulgada. O enterro e velório serão reservados à família e aos amigos, em data e local ainda não informados.
O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.
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Fonte: G1